terça-feira, 16 de julho de 2013

A FAMÍLIA E O IDOSO


As mudanças dos laços familiares contribuem para o pouco espaço dado ao idoso na família contemporânea, cujos membros, embora juntos, vivem hoje o isolamento decorrente de uma família fragmentada e fragilizada.
A família é um grupo com história que compartilha uma rede de afetos. Tanto os homens como as mulheres necessitam desse mundo afetivo para sobreviver. Os idosos sempre foram os detentores da memória familiar e os narradores por excelência. Com freqüência, essas narrativas são interrompidas decorrentes de vínculos que foram se perdendo no curso do ciclo de vida familiar.
A família, tradicionalmente, sempre tomou conta de seus idosos. A geração dos mais velhos era cuidada pelos mais novos. A redução do tamanho das residências e outros tantos fatores trazem implicações sérias para a família atual, que tem uma pessoa idosa dependente. Quem vai cuidar desse idoso? Em que local da casa ele vai ficar acomodado, quando se tornam necessárias instalações especiais. Como manter os gastos com saúde e cuidadores? O idoso não ficaria mais bem cuidado em uma instituição especializada? O idoso aceitaria ser internado? A decisão se torna difícil. Mas isso não altera a responsabilidade, para nenhuma das partes envolvidas na tomada de tal decisão. A participação da família é de fundamental importância no cuidado aos idosos pela necessidade de apoio e afeição.
O grande desafio é oferecer condições de vida saudável e com qualidade aos cidadãos que atingem idades cada vez mais avançadas. A legislação atual atribui à família uma posição de destaque, acionando-a como a primeira instância para garantia dos direitos básicos do idoso. Como a citação abaixo se refere:
“ È dever da família, sociedade e Estado garantir todos os direitos de cidadania” (PNI:1994).
“ é obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, á alimentação, á educação, á cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, á dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária”. (Estatuto do Idoso: 2003).
Desta forma, a família é chamada a desempenhar a função de apoio social contribuindo na garantia da autonomia e da qualidade de vida do idoso, porém o que observamos é um grande número de idosos isolados, esquecidos e excluídos por seu ciclo familiar.
Concluímos que o fato do abandono, por um lado, ocorre devido os reflexos da questão social, que impedem determinadas famílias de obter os meios de garantir a qualidade de vida do idoso. Por outro lado a sociedade contemporânea está seduzida com a modernidade e contaminada com a ideologia do imediatismo e consumismo que o sistema capitalista institui, sendo assim, esse sistema fascina os sujeitos e os fazem eliminar do seu convívio aqueles que foram fundamentais para sua existência.

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